Container Refrigerado
ALL E STANDARD
Fonte: Portal Tecnologística 30/4/2009
Terminal de contêineres no Mato Grosso permitirá movimentação inédita de cargas refrigeradas para Santos pela ferrovia.
A operadora logística ALL, maior ferroviária do Brasil, detentora de uma malha de 21.300 km que abrange parte do Sudeste, Sul do Brasil e Argentina, e a provedora de soluções logísticas intermodais frigorificadas Standard Logística anunciaram ontem na Intermodal o início das operações, no próximo mês de julho, do Terminal de Contêineres do Alto Taquari (MT), que permitirá o escoamento de cargas frigorificadas e secas diretamente para o Porto de Santos (SP), com destino à exportação ou para o mercado interno, principalmente o paulista. A iniciativa exigiu o investimento de R$ 15 milhões da Standard no terminal. A ALL também investiu na reforma de 400 vagões, a ser concluída até o mês de agosto.
Na unidade de Alto Taquari, que contará com 35 mil metros quadrados, os contêineres receberão uma carga de frio e seguirão até Campinas, onde recebem outra carga de frio até chegarem ao terminal da Standard em Cubatão, ficando armazenados na retroárea do porto. As cargas poderão tanto ser desembaraçadas por Redex para exportação, como ficarem armazenadas na unidade.
Já nos primeiros três meses de operações é esperada uma movimentação de 600 contêineres por mês, com expectativa de atingir um volume mensal de três mil contêineres nos próximos anos. O transit time total de Mato Grosso até Santos é de cinco dias na ferrovia, sendo de 2,5 dia até Campinas, de onde as cargas também podem ser distribuídas, e de mais 1,5 dia até o porto. Cada recarga de frio leva cerca de 12 horas. Além do frigorificado, o corredor também servirá ao escoamento de cargas secas oriundas do Centro-Oeste, como couro, algodão, além de outras cargas conteinerizadas.
Para o presidente da Standard, José Luis Demeterco, o transporte pela ferrovia proporciona uma economia muito interessante em relação ao modal rodoviário, de cerca de 20%, sem contar a segurança e a confiabilidade no transporte. Além da parceria com a ALL, o presidente adianta que o terminal matogrossense poderá operar também para outros clientes da Standard.
A parceria entre as empresas para o transporte de produtos refrigerados pela ferrovia já existe há três anos, com a movimentação de contêineres reefer desde o terminal da Standard em Esteio (RS) até o Terminal de Contêineres (Tecon) do Porto de Rio Grande, que viabilizou o primeiro trem expresso frigorificado do Brasil. Posteriormente, a parceria foi estendida para os portos de São Francisco do Sul (SC) e para o TCP – Terminal de Contêineres de Paranaguá (PR), sendo complementada agora com Santos.
"Nestes três anos de parceria, a confiança dos clientes vem crescendo ano a ano. E isto numa operação com alto grau de exigência como é a frigorificada. Atualmente, antes mesmo de o terminal estar pronto, já temos clientes, o que demonstra esta confiança”, diz Demeterco. Segundo ele, com a crise as empresas passaram a olhar melhor para os seus custos, entre os quais a logística é um dos mais importantes. "Oferecemos um custo logístico menor, o que possibilita a elas praticarem um custo final menor, o que é fundamental em momentos de crise.
Para a ALL, o terminal de Alto Taquari deverá se transformar, em um ano, no maior da empresa no segmento de contêineres, cuja movimentação é uma das que mais crescem no setor industrial, com aumento de 26% no ano passado em relação a 2007 e projeção de crescer 150% neste ano, conforme declarou Sergio Nahuz, diretor de industrializados da empresa. O novo terminal deverá responder por cerca de 40% do volume total de contêineres movimentados pela ALL. A concessionária também planeja a abertura de terminais em Ponta Grossa e Telêmaco Borba (PR), Araraquara (SP) e Cruz Alta (RS), para complementar a movimentação para os quatros portos em que hoje opera. As unidades se encontram em estudo final de viabilidade e deverão ser abertas ainda em 2009.
A ALL trabalha com duas modalidades de movimentação de contêineres refrigerados. Há os do próprio armador, que sobem para ser estufados e depois retornam ao porto com carga fechada para exportação; e os que consolidam carga transferida pelo próprio cliente produtor, que é desovada no destino e depois transferida para o contêiner do armador. "Cada vez mais os armadores tomam consciência da importância de terem contêineres vazios mais próximos das zonas produtoras, com terminais funcionando como um depot. Isto reduz o transit time e, consequentemente, os custos, afirma o diretor.
Para Nahuz, hoje o contêiner é a grande fronteira de crescimento para a ALL nos próximos anos. Ele calcula que a demanda reprimida, apenas para os quatro portos atendidos, seja de cerca de 4 milhões de TEUs. Mesmo com o expressivo crescimento esperado para este ano, o diretor coloca que ele não representa nem 2% do volume total potencial do mercado de contêineres para exportação. Do total movimentado pela ALL, as commodities ainda representam cerca de 70%, ficando 30% restantes com as cargas conteinerizadas, das quais menos de 10% são frigorificadas.
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